
EM DESTAQUE EM AMANHÃ DESBLOQUEADO - 4 DE MARÇO DE 2021
É a passagem da automatização do equipamento de fabrico para a autonomia. Assim que começarmos a ver fábricas autónomas, é natural que estas comecem a ser capazes de falar umas com as outras. Assim, se descobrirmos que precisamos urgentemente de centenas ou milhares de ventiladores, isso não deveria demorar seis meses, deveria demorar seis dias!
Fabricamos peças de metal e enviamo-las a outros fabricantes para serem montadas em produtos como aviões, automóveis, satélites, eletrónica de consumo ou dispositivos médicos. Todas estas coisas dependem de peças de componentes metálicos de precisão. Atualmente, as máquinas são automáticas, ou seja, se eu quiser fazer algo, digamos uma peça para um robô, posso dar instruções de corte a uma máquina e ela seguirá essas instruções vezes sem conta. Se eu quiser, pode fazer milhares, mas o problema é que tive de criar essas instruções. Por isso, assim que queremos que a máquina faça algo novo, é necessário envolver um programador humano altamente especializado. Em contraste com a autonomia, que é quando eu digo à máquina "faz isto para mim" e ela sabe como fazê-lo mais depressa, melhor, mais barato e de forma mais fiável do que eu alguma vez conseguiria.
Estamos a fazer todo o percurso de ponta a ponta, desde o orçamento de uma peça até ao seu fabrico, inspeção e envio autónomo. Depois, quero criar um modelo de fábrica copy paste que lhe permita enviar os ficheiros 3D do seu cliente numa extremidade e obter peças acabadas na outra. E ninguém tomou uma decisão a meio. É a mudança da automatização do equipamento de fabrico para a autonomia. E é essa mudança que vai desbloquear a cadeia de abastecimento autónoma de ponta a ponta.
Se quisermos colocar uma peça como esta numa máquina CNC, existem centenas de ferramentas de corte na máquina que podem ser utilizadas em qualquer ordem, cortando a qualquer velocidade/ângulo/profundidade/largura. Existem dezenas de formas de segurar o material enquanto o corta. As frequências de vibração harmónica mudam no componente à medida que o material é removido. É uma explosão combinatória de possibilidades em comparação com uma impressora 3D. O problema é como é que fazemos isto de forma rápida e precisa quando há um trilião de formas de o fazer. Há todos estes problemas técnicos incrivelmente complexos que se acumulam uns sobre os outros e temos de os resolver a todos, se quisermos criar uma fábrica autónoma de ponta a ponta.
Podemos pegar no mesmo processo e fazê-lo produzir 10 ou 100 vezes mais do que podia antes de dizermos: "Quero um avião, um micro-ondas ou um satélite", e chamamo-lo da fábrica de montagem. E ela sabe quais as fábricas onde ir buscar as peças, sabe como as montar. Assim, logo que encomendamos o satélite, todas as peças já estão a caminho através da cadeia de abastecimento. É possível fabricar de imediato algo que hoje demoraria anos.
A diferença que isso vai fazer em termos de eficiência da produção, da pegada de carbono do fabrico, da velocidade da inovação da engenharia vai ser extraordinária, resolvendo-a como um problema ao qual tenho muito gosto em dedicar a minha vida...